Pesquisadores da Universidade de São Paulo aprofundam as investigações sobre o vírus sabiá, causador da febre hemorrágica brasileira. Os estudos conduzidos pelo Instituto de Medicina Tropical e pelo Hospital das Clínicas, ambos da Faculdade de Medicina da USP, são realizados a partir do diagnóstico de dois casos de infecção em 2019.
Anteriormente, apenas quatro infecções desse tipo haviam sido detectadas no país, a última delas há mais de 20 anos. Os dois diagnósticos mais recentes foram realizados em meio a um surto de febre amarela na região Sudeste. Segundo a pesquisadora, primeira autora do estudo orientado pela professora Ana Levin, do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias, os avanços na área de investigação de doenças, especialmente na microscopia eletrônica, permitiram um estudo mais aprofundado sobre o vírus sabiá.
As novas descobertas sobre manifestações clínicas, exames de tecidos e órgãos, e possibilidade de transmissão hospitalar foram publicadas na revista americana “Medicina de Viagem e Doenças Infecciosas”. O diagnóstico da infecção foi realizado a partir de uma técnica que envolve o sequenciamento do material genético viral.
Imagem: Walterson Rosa/MS
Na análise das duas infecções, os pesquisadores identificaram sintomas análogos aos registrados nos casos da década de 90. O estudo indica que em todos os casos houve um comprometimento significativo do fígado e de órgãos associados à produção de células de defesa, o que pode ter facilitado o surgimento de infecções secundárias, tornando o diagnóstico inicial mais complexo. Os casos registrados tiveram como ponto em comum infecções ocorridas na zona rural.
Fonte: CNN Brasil
Adaptação: Gabriela Rodrigues
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