Um novo estudo sugeriu que o ChatGPT pode não ser útil para encontrar respostas a perguntas médicas. Pesquisadores da Universidade de Long Island fizeram 39 perguntas relacionadas a medicamentos na versão gratuita do chatbot de inteligência artificial e depois comparam as respostas com respostas reais escritas e revisadas por farmacêuticos treinados.
Todas elas eram perguntas reais do serviço de informações sobre medicamentos da Faculdade de Farmácia da universidade. O estudo descobriu que o ChatGPT forneceu respostas precisas para cerca de 10 perguntas, ou aproximadamente um quarto do total. Para as outras 29 perguntas, as respostas estavam incompletas, imprecisas, ou não abordavam as questões. As descobertas foram apresentadas durante a reunião da Sociedade Americana de Farmacêuticos de Sistemas de Saúde de 2023, na Califórnia. O ChatGPT, foi lançado em novembro de 2022 e se tornou o aplicativo de consumo de crescimento mais rápido da história, com quase 100 milhões de pessoas registradas em dois meses.
Imagem: Grace Cary/Getty Images
Dada a popularidade, o interesse dos investigadores foi despertado pela preocupação de que os estudantes, outros farmacêuticos e consumidores comuns recorressem a recursos como o ChatGPT para explorar questões sobre planos de saúde e medicação. Eles descobriram que essas perguntas muitas vezes produziam respostas imprecisas, ou mesmo perigosas. Em uma questão, por exemplo, os pesquisadores perguntaram ao ChatGPT se o medicamento antiviral contra a Covid-19, o Paxlovid, e o medicamento para baixar a pressão arterial VERAPAMIL reagiriam entre si no corpo.
O ChatGPT respondeu que tomar os dois medicamentos juntos não produziria efeitos adversos. Na realidade, as pessoas que tomam os dois medicamentos podem apresentar uma grande queda na pressão arterial, o que pode causar tonturas e desmaios. Para os pacientes que tomam as duas medicações, os médicos muitas vezes criam planos específicos para o paciente, incluindo a redução da dose de VERAPAMIL ou alertando a pessoa para se levantar lentamente da posição sentada. Com isso, os autores do estudo concluíram que o ChatGPT teria colocado as pessoas em perigo, caso elas seguissem essas orientações.
Fonte: CNN Brasil
Adaptação: Gabriela Rodrigues
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