Pacientes com diabetes tipo um podem apresentar dificuldade de cicatrização da pele. Quando a doença não está bem controlada, ocorre um excesso de açúcar na circulação sanguínea que dificulta a alteração da fase de inflamação para as fases de regeneração do tecido. Para combater essa complicação, uma equipe da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, Universidade de São Paulo, testou um biocurativo criado pela startup In Situ Cell Therapy, sediada em Ribeirão Preto. O biocurativo 3D é considerado inteligente por conter células vivas, capazes de perceber os sinais emitidos pela lesão na pele e responder liberando citocinas e fatores de crescimento de acordo com a necessidade do tecido.
Imagem: In Situ Cell Therapy/Divulgação
Sendo assim, ela atua nas diferentes fases da cicatrização da pele, enquanto a maioria dos produtos convencionais visa apenas o recobrimento da lesão ou o tratamento de uma fase específica da cicatrização. Para avaliar a efetividade, os pesquisadores induziram o desenvolvimento de diabetes tipo um em 18 camundongos. Depois de 15 dias, os animais foram anestesiados e os cientistas fizeram feridas de um centímetro quadrado nas costas deles, e em seguida foram colocados os curativos. Após dez dias de tratamento, os animais com diabetes tratados com os curativos sem células apresentaram feridas com cerca de 50% de abertura, enquanto as feridas nos animais diabéticos que receberam o biocurativo inteligente estavam com cerca de 20% de abertura. Isso mostrou que houve uma melhora significativa na cicatrização dos camundongos diabéticos que receberam o produto contendo as células mesenquimais, em comparação aos que não receberam.
Com base nos resultados das análises, publicados no periódico Regenerative Therapy, os pesquisadores destacam o efeito imunomodulador dos biocurativos, ou seja, sua capacidade de melhorar o funcionamento do sistema imune dos animais. Para tornar possível o uso do biocurativo no tratamento de feridas em pacientes diabéticos, ainda são necessários ensaios clínicos. Caso os resultados sejam positivos, será possível solicitar a aprovação do produto à ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Fonte: CNN Brasil
Adaptação: Gabriela Rodrigues
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