A taxa de desocupação no Brasil está atualmente nos menores níveis desde 2015. É o que mostrou um levantamento feito por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Fundação Getúlio Vargas, com base no histórico de dados oficiais de mercado de trabalho do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em abril de 2023, a taxa oficial de desemprego do país ficou em 8,5%, no menor nível para o mês desde 2015, mas se todas as pessoas que deixaram o mercado nos últimos anos ainda estivessem trabalhando ou procurando emprego, essa taxa estaria entre 11 e 12,1%, de acordo com a pesquisa.
Isto acontece porque, desde 2020, quando a pandemia do novo coronavírus explodiu no Brasil e no mundo, a participação de brasileiros na força de trabalho teve quedas bruscas e, mesmo depois de alguma recuperação, segue ainda abaixo dos níveis históricos. A diferença representa aproximadamente entre três e quatro milhões de jovens, adultos e idosos brasileiros que pararam de trabalhar depois de 2020 e ainda não voltaram.
Imagem: Estadão Conteúdo
O que o estudo da FGV fez foi simular qual seria a taxa de desemprego caso esse contingente tivesse continuado procurando emprego e, portanto, aumentando a concorrência pelos postos disponíveis. Em abril de 2023, eram mais de 107 milhões dessas pessoas no mercado de trabalho. Pessoas que não estão trabalhando, mas que também não estão procurando trabalho, não são consideradas desempregadas e não entram na conta.
Isso significa que, se mais pessoas desistem de procurar emprego, a taxa de desemprego também cai — e não necessariamente apenas quando aumenta o número de vagas oferecidas e preenchidas ou de autônomos e informais exercendo a atividade. O estudo concluiu que a baixa no desemprego foi puxada pelo fato das pessoas não estarem mais procurando trabalho, então sobram ainda mais vagas nos postos de trabalho. Para os pesquisadores, ajudas governamentais como o auxílio brasil e hoje o atual bolsa família, contribuíram de certa forma para que as pessoas parassem de procurar emprego.
Fonte: CNN Brasil
Adaptação: Gabriela Rodrigues
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